segunda-feira, 28 de setembro de 2009

A indústria da desinformação 1 – O caso Honduras


"Em tempos de fraude, dizer a verdade é um ato revolucionário".
George Orwell

Já comentei aqui em post anterior, (v.
http://searchingthereal.blogspot.com/2008/08/compreendendo-o-bvio.html
) sobre o viés ideológico esquerdista de quase a totalidade da mídia brasileira. No que tange à política nacional ou internacional, em cem por cento dos casos, ou temos desinformação pura e simples ou a inversão completa da realidade.

Analisemos o caso de Honduras. O que lemos em TODA a grande mídia é que em 28 de Junho o governo de Manuel Zelaya sofreu um golpe militar após convocar um referendo legítimo para alterar a Constituição do país e assim poder concorrer à reeleição. Lemos na mídia a todo instante as frases sobre o governo interino de Roberto Micheletti: “...governo golpista...”, “...golpe de estado...”, “...usurpadores do poder...”, etc...

Vamos à realidade:

1º - Não houve golpe de Estado algum em Honduras, Zelaya convocou um referendo a menos de 180 dias das eleições gerais, o que a Constituição não permite. A convocação do referendo foi julgada ilegal pelo Judiciário e Legislativo e foi decretada a prisão de Zelaya por infringir a Constituição (detalhes abaixo), mesmo assim, Zelaya foi em frente para a realização do referendo, quando o Chefe do Estado Maior Conjunto das Forças Armadas, General Romeo Vásquez, se negou a apoiar a logística para o referendo ilegal. Zelaya não desistiu e destituiu do cargo Romeo Vásquez.

2º - Para evitar o referendo ilegal, militares do Exército invadiram às 5 h. da manhã do dia 28 de Junho o palácio presidencial, tiraram de lá o presidente Manuel Zelaya e o despacharam (ou foram condescendentes com sua fuga?) para a Costa Rica. Este gesto heróico e histórico visava evitar a realização do referendo ilegal e impediu o início de mais uma ditadura na América Latina, como as de Chávez e Fidel.



Raúl Castro, sorridente, abraço o golpista Zelaya enquanto este e Chávez se dão as mãos.


3º - A Constituição hondurenha não permite reeleição e é muito clara em seu posicionamento a quem descumpra tal determinação, vejamos seu conteúdo:

ARTIGO 4 - A forma de governo é republicana, democrática e representativa. É exercida por três poderes: Legislativo, Executivo e Judiciário, complementares e independentes e sem relações de subordinação.
A alternância no exercício da Presidência da República é obrigatória. A infração desta norma constitui delito de traição à Pátria.

ARTIGO 42 - A qualidade de cidadão se perde:
1. Por prestar serviços em tempo de guerra a inimigos de Honduras ou de seus aliados;
2. Por prestar ajuda contra o Estado de Honduras, a um estrangeiro ou a um governo estrangeiro em qualquer reclamação diplomática ou ante um tribunal internacional;
3. Por desempenhar no país, sem licença do Congresso Nacional, emprego de nação estrangeira, do ramo militar ou de caráter político;
4. Por restringir a liberdade de sufrágio, adulterar documentos eleitorais ou empregar meios fraudulentos para burlar a vontade popular;
5. Por incitar, promover ou apoiar o continuísmo ou a reeleição do Presidente da República, e,
6. Por residir os hondurenhos naturalizados, por mais de dois anos consecutivos no estrangeiro, sem prévia autorização do Poder Executivo.


Ora, Zelaya infringiu o Artigo 4º da Constituição, o qual o incrimina automaticamente por "delito de traição à Pátria", e perdeu a qualidade de cidadão ao infringir o Artigo 42, inciso 5º, conforme destacado acima.
Por estas infrações o Tribunal Eleitoral, a Procuradoria Geral, o Congresso e a Corte Suprema de Justiça declararam o referendo ilegal. Apesar disso, Zelaya, como um louco alucinado e cego, passou por cima de todas as instâncias superiores desobedecendo as ordens de não realizar o referendo, destituiu Romeo Vásquez Velásquez do cargo de chefe do Estado Maior Conjunto das Forças Armadas, por recusar-se a colaborar com um ato ilegal e inconstitucional (que a Corte Suprema e o Congresso o restituíram a seu cargo), rasgou a Constituição e decidiu levar adiante o plano de Chávez e Fidel.


4º - Quem é Manuel Zelaya? Para responder essa pergunta tomo as palavras da jornalista e estudiosa política da America Latina Graça Salgueiro.

“...Zelaya foi eleito em 2006, através de eleições limpas e democráticas, pelo Partido Liberal (de direita), e realizava um governo normal até ser picado pelo ferrão de Chávez; com isso deu uma guinada de 180° em sua postura político-ideológica causando estranheza até em seus correligionários. Chávez o convenceu a participar da ALBA (Alternativa Bolivariana para as Américas) e a partir de então, através de favores, começou o monitoramento. Zelaya tornou-se "bolivariano", foi a Cuba lamber as botas de Fidel que não lhe poupou elogios, e passou a alimentar a idéia totalitária de perpetuar-se no poder como já está concretizado na Venezuela e na Bolívia....”


O assunto é vasto e complexo, mas com base nas informações acima, podemos deduzir que é evidente que o golpista é Manuel Zelaya e o que houve por parte dos militares foi um contragolpe. Ora, como pode um golpe com apoio do Judiciário, do Legislativo e das Forças Armadas? Como pode um golpe com apoio maciço da população, sim, quase a totalidade da população apóia o governo interino e quer Zelaya bem longe de Honduras
(v. http://www.youtube.com/watch?v=da9etL5uqy8).


Se não bastasse tudo que foi dito, o grande apedeuta Luiz Inácio Lula da Silva e o Ministro das Relações Exteriores Celso Amorim resolvem ajudar um criminoso, foragido da justiça (como já o fizeram outras vezes, e.g. Cesare Battisti, "Padre" Oliverio Medina, terroristas do MIR et caterva) cedendo a Embaixada Brasileira, interferindo de maneira absurda e irresponsável em assuntos internos de outro País.......mas isso é assunto para outro post.

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