domingo, 28 de fevereiro de 2016

Desarmamentistas: seu autoritarismo e hipocrisia

Num país onde nada mais parece ser tratado de forma séria, a questão da segurança pública, mais especificamente a questão da posse e porte de armas, consegue se destacar no que diz respeito a falta de seriedade.

Observamos ao longo dos últimos anos, de forma recorrente, as mentiras contadas e recontadas pelos desarmamentistas, todas elas já refutadas por estudos sérios e vasta bibliografia [1].

Também observamos que infelizmente, a grande mídia, é a maior responsável por divulgar essas mentiras sem a menor preocupação ou escrúpulo na averiguação dos dados e números apresentados. 

Tenho como exemplo recente, a série de “reportagens” especiais da Rede Record a respeito do assunto. Só podemos chamar aquilo de propaganda desarmamentista com o único intuito de desinformar a população. Apenas a título de exemplo das mentiras mostradas na “reportagem”, vou adicionar o link para alguns vídeos do Canal “Gosto de Armas” onde são mostrados os dados apresentados, os dados reais e suas fontes [2].

Se não bastasse tudo isso, o posicionamento dos desarmamentistas é autoritário e hipócrita em sua essência. 

Hipócrita porque a esmagadora maioria dos que defendem o desarmamento, o defendem para os outros mas não pra si próprios. Políticos, artistas, formadores de opinião desarmamentistas estão cercados de seguranças armados, as polícias legislativas e do senado estão muito bem armadas, na grande maioria essas pessoas moram em condomínios fechados, onde a segurança é feita por homens armados! O desarmamento é bom para os outros, porque eles não abrem mão de suas armas e segurança privada!

Dilma Rousseff pedala acompanhada do General Amaro (responsável pela segurança da presidente), um segurança e a jornalista Tânia Monteiro. Pelo menos duas armas na cena.


Autoritária porque quem defende o desarmamento, obrigatoriamente precisa impor sua vontade sobre os outros. 
As pessoas que defendem o direito do cidadão de bem, possuir e/ou portar armas de fogo, defende um direito, para si e para os outros. Os desarmamentistas podem não exercer esse direito, ninguém vai impor que eles o façam!

Já os desarmamentistas, querem tolher um direito, o direito de acesso às armas. É evidente que o direito inalienável à legítima defesa não pode ser exercido de forma efetiva sem uma ferramenta eficaz para repelir agressão injusta, agressão a qual na maioria das vezes se faz com uma arma de fogo.

Os desarmamentistas não estão satisfeitos em não possuir armas, eles querem que ninguém as possua. Lembrando que os bandidos sempre as possuirão, independente da legislação.

Alguém delegar sua segurança e de sua família, única e exclusivamente à um Estado que é incapaz de prover essa segurança de forma eficaz, é um direito e opção. Querer impor que todos o façam é inadmissível.

Eu morreria para defender minha vida e minha família e disso eu não abro mão!


[1] QUINTELA, Flavio; BARBOSA, Bene Mentiram para mim sobre o desarmamento. 2015;
LOTT, John R. Mais Armas Menos Crimes. 1999;
MALCOLM, Joyce L. Guns and Violence: The english experience. 2004;


https://www.youtube.com/watch?v=8xexlgs5FMU

domingo, 7 de fevereiro de 2016

A generalização, o funcionalismo público e uma história de meu pai

Com muita frequência escuto comentários e piadas a respeito da incompetência, falta de compromisso e até falta de honestidade de funcionários públicos. Sim, já conheci alguns que eram uns encostados, vagabundos que usufruíam de suas estabilidades para apenas mamar nas tetas estatais.
Convenhamos que no Brasil é muito comum as pessoas generalizarem e associarem todo funcionário público à pilantragem. Mas deixe-me contar uma história de meu pai.

Eu devia ter uns dez ou onze anos, estamos falando de 1987 / 1988. Na época meu pai era Chefe de Seção ou Divisão (não tenho certeza) da Secretaria de Obras da Prefeitura Municipal de Guarulhos. Era comum eu ir para o trabalho com meu pai quando eu tinha consulta no dentista, o consultório do Dr. Jairo era em frente ao prédio da Prefeitura, que ainda existe, localizado à Rua Sete de Setembro com a Rua Felício Marcondes, no centro de Guarulhos.

Fui ao dentista, ao final da consulta, meu pai me pegou no consultório e fui “trabalhar” com meu pai, esperando o fim do expediente.

 Estava brincando de datilografar, quando dois engravatados chegaram perguntando a respeito do projeto de um Hotel nos arredores do Aeroporto de Guarulhos. Havia dois ou três anos que o Aeroporto Internacional de Guarulhos havia sido inaugurado e vários hotéis estavam sendo construídos em suas redondezas.

Meu pai atendeu os engravatados pedindo que se identificassem, pois não eram os arquitetos responsáveis pelo projeto do Hotel. Foi quando um dos homens disse que realmente eles não eram da construtora X (responsável pelo projeto e construção do Hotel), mas que precisavam de detalhes do projeto, ao mesmo tempo que dizia isso, abria uma maleta de mão, onde eu vi maços de dinheiro enrolados em elásticos. No mesmo momento meu pai se levantou e disse “vão embora agora ou vou chamar a segurança”.

Acho que não entendi na hora o que estava acontecendo, mas aquela cena ficou na minha cabeça e meses, talvez anos mais tarde entendi que eram pessoas de uma possível concorrente, tentando comprar informações a respeito do projeto do Hotel, espionagem industrial pura e simples.

Hoje eu não generalizo, e quando escuto comentários como “todo funcionário público é desonesto”, tenho a certeza da injustiça que está sendo cometida.
Existem pilantras em todas as áreas de atuação, mas generalizar é injusto porque atinge as exceções (ou muitas vezes maiorias) inocentes.

Nem todo funcionário público é desonesto.
Nem todo político é corrupto (sim, ainda existem poucos que não se corromperam).
Nem todo pastor é desonesto.
Nem todo policial é corrupto…..
Só pra citar algumas generalizações comuns.

“Toda generalização é perigosa. Inclusive esta.“ 
Alexandre Dumas Filho